Ciência na mesa de negociações

A publicação de uma descoberta em revista científica, durante muitos anos foi o único processo de reconhecimento e de intercâmbio entre os pesquisadores. A velocidade das comunicações no mundo globalizado alterou o processo de produção de conhecimento, que se tornou também mais claramente vinculado aos conceitos de soberania nacionais. Recentemente os cientistas da Associação Americana para o Avanço da Ciência defenderam o uso do desenvolvimento tecnológico como ferramenta diplomática para o governo dos Estados Unidos. Mais que nunca a ciência faz parte agora da mesa de negociações. Neste programa, especialistas esclarecem quais seriam as novidades, as demandas e os obstáculos para um desempenho mais amplo, profundo e efetivo da colaboração científica em busca do desenvolvimento sustentável para todos os países, sem prejuízos e perdas para as condições de vida no planeta.

Participantes: José Monserrat Filho, assessor de comunicação quando da criação, em 1985, do Ministério da Ciência e Tecnologia, é o atual chefe da Assessoria de Cooperação Internacional do MCT. Graduado em direito em Moscou, com mestrado e doutorado em direito internacional, estudou em Haia e em Estrasburgo, na França. João Alziro Herz da Jornada, professor titular de física da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, fez pós-doutorado nos Estados Unidos e preside o Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial – o Inmetro –, que é vinculado ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Adilson de Oliveira, graduado em engenharia química, com doutorado e pós-doutorado no exterior, mas em economia, é professor titular do Instituto de Economia Industrial da Universidade Federal do Rio de Janeiro, onde dirige o Colégio Brasileiro de Altos Estudos. Hayne Felipe da Silva, graduado em farmácia com mestrado em química de produtos naturais, é o coordenador técnico do programa Farmácia Popular do Brasil e diretor de Farmanguinhos, unidade responsável pela produção anual de um bilhão de medicamentos por ano que, além de pesquisar e produzir novos remédios, possui um sistema de interação internacional que possibilita intercâmbios, colaborações e também alguns conflitos no mercado de fármacos.