Remédios em busca de soluções curativas

Quando alguém entra num bar, não pede uma garrafa de cachaça, pois não vai mesmo tomar inteira. Pede dose por dose. Remédio tem que ser assim: comprado apenas na medida certa que se vai tomar. A comparação foi feita pelo Presidente Lula, ao defender que a comercialização de medicamentos tem que atender aos interesses da população e não apenas dos laboratórios. O governo chegou a divulgar a quebra de patente de um dos medicamentos capaz de manter vivos portadores do vírus da Aids.  Produzido no Brasil, ele custaria 68 centavos de dólar a unidade, contra um preço, já reduzido pelo fabricante norte-americano, de 1 dólar e 17 centavos. O laboratório estrangeiro acabou cedendo mais e o governo voltou atrás na quebra da patente: uma economia, só em 2006, de 18 milhões de dólares. Neste debate, especialistas discutem o porquê dos preços dos remédios, o peso das pesquisas científicas na composição dos custos e quais as saídas capazes de permitir soluções mais baratas e eficazes para a saúde da população.

Participantes: Cláudio Maierovitch Henriques, diretor da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, a Anvisa. Núbia Boechat, doutora em química orgânica, diretora do Instituto de Tecnologia em Fármacos, o laboratório Farmanguinhos, da Fundação Oswaldo Cruz. Eliezer Barreiro, professor titular da Faculdade de Farmácia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), onde coordena o Laboratório de Avaliação e Síntese de Substâncias Biotivas, e também coordenador do Instituto Virtual de Fármacos do Estado do Rio de Janeiro. Beatriz Fialho, economista, com tese de doutorado comparando o setor farmacêutico nos Estados Unidos e no Brasil, que trabalha na gerência de projetos da Bio-Manguinhos, da Fundação Oswaldo  Cruz.