Inclusão no novo mundo digital

 
Ir ao caixa eletrônico e passar o cartão na máquina é algo aparentemente simples para quem assimilou o raciocínio de quem criou aquela máquina. Para quem se candidata a um emprego, o uso do computador pode ser decisivo na conquista da vaga. Atualmente, quem não tem acesso à internet ou ao uso de computadores é, de certa forma, um analfabeto; um analfabeto digital. Também chamada por alguns de apartheid digital, a exclusão digital ainda é uma realidade em nosso país: 100 milhões de pessoas ainda não acessam internet no Brasil, pelo menos até 2008, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios. Um desequilíbrio que levou o presidente Lula, no final de 2009, a afirmar que a inclusão digital, da mesma forma como a inclusão social, deve ser encarada como uma prioridade nacional, o que levou o governo a acelerar providências para implantar a banda larga em todo o país. Mas existem sinais de melhoras e o Brasil já tem a maior média mundial de tempo de acesso.
O que não representa dizer bom uso das ferramentas, pois até a existência de computadores não garante necessariamente a qualidade do ensino. Os especialistas convidados debatem as formas de utilizar esse novo mundo das comunicações: inclusão digital, computador em sala de aula, programas livres ou nacionais, educação a distância e interatividade da TV digital. Afinal, como a tecnologia pode mudar nossas vidas? O conteúdo deste programa foi sugerido pela Sociedade Brasileira de Computação, que é vinculada à Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência – a SBPC e, nesta condição, integra o conselho científico do Tome Ciência.

Participantes: Maria Helena Cautiero Horta Jardim, professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro, com doutorado em matemática, é consultora do Ministério da Educação e coordena um dos projetos mais premiados do país, no Município de Piraí, no Estado do Rio de Janeiro, onde lá vigora na rede pública o conceito de um computador por aluno em sala de aula. Monica Santos Dahmouche, vice-presidente científica da Fundação Centro de Ciências e Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro – o Cecierj – possui graduação, mestrado e doutorado em física atômica, mas acabou dedicando-se à divulgação e popularização da ciência. Luis Cláudio Tujal, com mestrado e originalmente engenheiro, trabalha com pesquisa em computação em nuvem e em computação quântica na Coordenação Estratégica de Tecnologia do Serpro, o Serviço Federal de Processamento de Dados. Jorge Luiz de Almeida Barbosa, técnico em informática, membro do Comitê de Inclusão Digital do Serpro, com experiência no trabalho dos tele-centros comunitários em áreas carentes e rurais, de onde surgiu e evoluiu até virar funcionário concursado.