Ciência & Cultura

Para o Ministério da Cultura, ciência não é cultura. Apenas a difusão de manifestações artísticas pode receber isenções fiscais. Mas porque será então que, um ano após a criação da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, que foi em 1948, os cientistas deram o nome de “Ciência e Cultura” para o órgão oficial da nova entidade? E o filósofo da natureza Galileu – aquele que dizia que a terra se movia em torno do sol – que foi perseguido pelo poder dominante da época, já que não tinha como provar a teoria? E Leonardo da Vince? Era cientista ou artista? Como a impressão geral é a de que a ciência tem por base a razão – a busca por provas – enquanto a arte lida com emoções, cabe analisar a relação entre ciência e cultura, nesses tempos em que a tecnologia – que é a aplicação prática da ciência – muda hábitos, costumes, maneiras de ser e de pensar.

 

Participantes: Tania Cremonini de Araújo Jorge é médica, com doutorado em biofísica e pós-doutorado no exterior. Além de professora e diretora do Instituto Oswaldo Cruz – da Fiocruz – é pesquisadora dedicada à imunobiologia da cardiopatia chagásica e desenvolve materiais educativos e tecnologias sociais, articulando ciência, arte e saúde. Organizou um livro sobre ciência e arte. Roberto Kant Lima é professor titular da Universidade Federal Fluminense – a UFF – e da Universidade Gama Filho. Começou em direito e depois fez mestrado, doutorado e pós doutorado em antropologia social. É coordenador do Instituto de Estudos Comparados em Administração Institucional de Conflitos, voltado para a pesquisa, formação de quadros qualificados e difusão de tecnologias sociais. Henrique Antoun é graduado em desenho industrial, mestre em filosofia e doutor em comunicação. Possui ainda pós-doutorado em cultura e tecnologia pela Universidade de Toronto. Professor e diretor do Departamento de Fundamentos da Comunicação da Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro – a UFR. Trabalha também no Programa de Pós-Graduação de Comunicação e coordena o grupo ge pesquisa Cibercult da ECO. Maria Borba tanto poderia ser apresentada como artista, – autora, cenógrafa e diretora teatral – como cientista que é, colaboradora do Instituto de Cosmologia, Relatividade e Astrofísica do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas – o CBPF. Começou fazendo ciências sociais e abandonou o curso para se formar em física, com mestrado em cosmologia e gravitação. A partir de uma residência de dois meses no Teatro Poeira, concebeu o espetáculo: “Astronautas: Arte e Ciência – Pesquisa e Execução”, que entrou em cartaz em 2011.