A possibilidade de crescimento da produção brasileira de petróleo na plataforma continental, não garante o futuro do Brasil dentro de um quadro mundial de preocupação com as condições climáticas. Mas o biodiesel e o etanol produzido a partir da cana-de-açúcar, menos poluentes e festejados como solução, já enfrentam várias acusações, de responsáveis pelo aumento mundial dos preços de alimentos à perda de biodiversidade no planeta. As pesquisas com o biocombustível avançam dentro dos laboratórios científicos e a contribuição do conhecimento é cada vez maior para o entendimento das implicações comerciais e ambientais que cercam esse assunto. Para tentar entender qual será futuro das alternativas energéticas no Brasil e no mundo, o programa convidou especialistas diretamente envolvidos com o dia-a-dia do ramo, verdadeiros doutores em energia.
Participantes: João Norberto Noschang, geólogo com pós-graduação em Engenharia de Segurança, integra a Diretoria Industrial da Petrobras Biocombustível. Foi o primeiro coordenador do Programa Tecnológico de Energias Renováveis da empresa e também estruturou as linhas de pesquisa da Petrobras em biocombustíveis, incluindo biodiesel e etanol de segunda geração, e ainda as de energia eólica, solar, térmica, fotovoltaica e energia dos mares. Elba Bom, professora do Instituto de Química da Universidade Federal do Rio de Janeiro, a UFRJ, é coordenadora científica e coordenadora setorial da área de produção de celuloses do Projeto Bioetanol. O projeto, financiado pelo Governo Federal, envolve 15 universidades brasileiras, centros de pesquisa, uma empresa e a colaboração de universidades estrangeiras. Álvaro Barreto, pesquisador do Laboratório de Combustíveis e Lubrificantes do Instituto Nacional de Tecnologia , INT, é o coordenador do grupo temático responsável pela caracterização e controle de qualidade da Rede Brasileira de Tecnologia em Biodiesel, uma iniciativa do Ministério da Ciência e Tecnologia. Eduardo Cavalcanti, pesquisador da Divisão de Corrosão do INT, coordena o projeto para implantação de biodiesel em municípios das regiões sul e metropolitana do Estado do Rio de Janeiro, com o apoio do Ministério da Ciência e Tecnologia e da Fundação Carlos Chagas de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro, a Faperj.