Quem te conta uma história está apenas se limitando a narrar os fatos ocorridos ou já embute um pouco de como ele enxergou aquele fato? Não estaria também colocando uma versão, um ponto de vista? A história do Brasil passa hoje por este dilema, num momento em que aumentam as discussões de todos os tipos. Há quem defenda até a existência de uma escola sem partido, como se fosse possível uma narrativa absolutamente isenta de opiniões e interpretações. E qual seria o espaço dos índios, dos escravos e dos movimentos vencidos na narrativa oficial da nossa história? Desde 2008 uma lei estabelece a obrigatoriedade destes temas no ensino fundamental e médio. Mas será que isso está sendo respeitado?
Participantes: Gian Carlo de Melo Silva. Formado em história, mestre em história social da cultura regional e doutor em história do Norte e Nordeste pela Universidade Federal de Pernambuco, ele é professor dos cursos de história da Universidade Federal de Alagoas – a UFAL. Leciona disciplinas de Brasil Colônia e Brasil Império no curso de licenciatura e bacharelado em história. Ruth Maria Fonini Monserrat. Formada em filosofia, com mestrado em ciências filológicas na Universidade Patrice Lumumba,/ em Moscou,/ fez doutorado em lingüística pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. É professora aposentada da Faculdade de Letras da Universidade Federal do Rio de Janeiro e presta assessoria linguística a vários projetos de educação escolar indígena. Carlos Francisco da Silva Junior. Graduado e mestre em história pela Universidade Federal da Bahia, se tornou doutor em história da África pelo Instituto Wilberforce para estudos sobre a escravidão e abolição, da Universidade de Hull, no Reino Unido.