É mais que normal um brasileiro falar, emitindo sons que viram palavras, e outro conseguir entender. Mas se for um americano, ele só vai entender se aprender o português. E são quase 6 mil línguas no mundo e, pelo menos, umas 10 teorias diferentes em busca de uma explicação para a origem da fala humana. Uma questão que já intrigou tanto os cientistas, que um congresso mundial, em 1880, chegou a decretar o fim da busca. O que já se tem certeza é que uma cultura, expressada por uma língua, é capaz de suprimir outras. O latim, por exemplo, que chegou a dominar o mundo, hoje é considerada uma língua morta, embora geradora de um alfabeto ainda amplamente utilizado. As modificações que o uso e a cultura conferem à fala do homem continuam gerando polêmica, como no caso de livros, que contrapõem a língua falada popularmente com a chamada norma culta. E a influência da escrita simplificada da internet, pode afetar o futuro da língua escrita?
Participantes: Ruth Maria Fonini Monserrat, doutora em linguística, é professora aposentada da Faculdade de Letras da Universidade Federal do Rio de Janeiro, a UFRJ. É assessora linguística de vários projetos de educação escolar indígena e pesquisa sobre linguística indígena, além de estudar o Tupi colonial. Carlos Alberto Faraco é doutor em linguística românica e professor titular aposentado da Universidade Federal do Paraná, onde chegou a ser reitor. Publicou vários livros — entre eles, “Linguagem Escrita e Alfabetização”. O americano Andrew Nevins é doutor em linguística e professor titular da University College London, na Inglaterra. No momento, é professor visitante na UFRJ. Cilene Aparecida Nunes Rodrigues, doutora em linguística, é professora da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, a PUC onde realiza pesquisa sobre sintasse. Estuda também línguas românicas e a integração entre teoria linguística e psicolinguística.