A aprovação da lei que autorizou o uso das células-tronco em pesquisas no Brasil, em março de 2005, aumentou a expectativa dos que viam nas terapias celulares a solução para suas doenças, apesar de todos os avisos médicos de que o caminho era longo. Foram três esperados anos até o que o Supremo Tribunal Federal liberasse declarasse constitucional as pesquisas com células-tronco embrionárias humanas. A partir daí, em menos de seis meses, ainda em 2008, um grupo de pesquisadores da Universidade de São Paulo e da Universidade Federal do Rio de Janeiro anunciou a obtenção da primeira linhagem 100% nacional dessas células. Um avanço capaz de acelerar ainda mais as pesquisas no Brasil. Resta saber quando teremos, no presente, a visão meio futurista de novos tratamentos fantásticos, capazes de debelar doenças de maneira nunca antes alcançada. Os passos que já foram dados e o que falta caminhar são o tema deste programa.
Participantes: Aline Marie Fernandes, originalmente química, doutoranda em morfologia celular na equipe da Universidade Federal do Rio de Janeiro que trabalhou na obtenção da primeira linhagem nacional de célula-tronco, sob a liderança do pesquisador Stevens Rehen. Rosalia Mendez-Otero, doutora em ciências biológicas, com pós-doutorado no exterior, é professora titular da Universidade Federal do Rio de Janeiro, onde coordena estudos de terapia celular em acidente vascular cerebral, realizando tratamentos com células-tronco dos próprios pacientes. Marcelo Marcos Morales, médico e professor do Instituto de Biofísica da UFRJ, doutor em biologia, com atuação em terapias gênicas e celulares nos casos de lesões renais e pulmonares. Bernardo Rangel Tura, mestre em saúde pública e doutor em clínica médica, é professor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, a UERJ, e médico do Instituto Nacional de Cardiologia, onde integra a equipe de pesquisa de terapia celular em cardiopatias, com ênfase em cardiopatia dilatada (Doença de Chagas).